Imagine viver até sua adolescência sem ter visto um carro! Curioso, não? Para nós, hoje, isso seria estranho, já que os automóveis fazem parte de nossas vidas desde muito cedo. Porém, há algumas décadas, isso não era tão comum assim, ainda mais em pequenas cidades de interior. Fernanda Reis conversou com o aposentado José Cardoso, que lhe contou desde o primeiro contato com um carro até sua relação atual com esse invento de “quatro rodas”.
José Cardoso da Silva era ainda muito novo – tinha quatro anos – quando foi morar em São José do Triunfo (um dos quatro distritos do município de Viçosa). Vivia com seus pais e mais cinco irmãos. Ele conta que “era de família muito humilde e que todo mundo tinha que trabalhar para sustentar a casa, desde o mais velho até o mais novo dos irmãos.” Seu José diz que a vida era muito difícil e que não tinha muito tempo para pensar em outras coisas que não o trabalho. Por isso, ter um automóvel não era prioridade em sua vida. Aliás, até sua adolescência ele nunca tinha visto um carro.
“Em São José do Triunfo, na época em que eu era bem jovem, quando via riscos de bicicleta na poeira, já sabia que pelo menos duas pessoas de fora deveriam ter passado por lá, porque ninguém mais no distrito tinha bicicleta!”. Seu José lembra que, até 1947, ninguém tinha carro: “O primeiro que eu vi veio de outro lugar e, nossa, foi uma novidade! Lembro que achei muito interessante!”. Ele ainda conta que era difícil circular com o carro. Fazê-lo ‘pegar’, então, era outro sufoco: “Naquela época tinha que virar uma manivela, rodar, rodar e rodar até o motor funcionar e o carro ganhar velocidade”.
Seu José se recorda ainda da primeira vez que andou de carro. “Foi na época de adolescente também. Eu viajei de carona lá de São José do Triunfo até Viçosa, com pessoas que levaram o padre para celebrar a missa. Elas estavam indo para Viçosa e eu peguei uma carona, pois precisava ir à cidade.”
Desde então, ter um automóvel passou a ser essencial na vida do senhor José Cardoso. Hoje, ele mora em um bairro distante da cidade e os horários de ônibus às vezes não cooperam muito. Ele fala que, para sua locomoção, o carro continua sendo de extrema importância, e completa dizendo que, seja para ir à casa de amigos, visitar parentes ou apenas para dar uma voltinha pela cidade, sem o seu carro não dá. “Automóvel? Eu, sinceramente, não imagino vivendo sem”, encerra.
Observação: a imagem utilizada acima foi retirada do blog Auto Brasil.
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